ISTs e carnaval como aproveitar a folia sem esquecer da saúde

 

Ginecologista fala sobre prevenção e cuidados
O Carnaval está de volta nas ruas de todo o país depois de dois
anos com restrições por conta da pandemia da Covid-19. Os foliões
esperam ansiosos por esse retorno e nesta época do ano, o
pensamento dos amantes do carnaval já está nas festas e nos
bloquinhos carnavalescos. Mas a mesma felicidade gerada pelos dias
de comemoração pode se transformar em preocupação e
necessidade de alguns cuidados com a saúde. Brincar o carnaval é
possível e o ideal é que os abusos sejam evitados e alguns alertas
médicos sejam ouvidos. Algumas pessoas durante o carnaval se
esquecem dos cuidados preventivos contra a propagação de
Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
Entre as ISTs estão HPV, HIV, herpes genital, gonorreia, hepatite B
e C e a sífilis (que teve aumento considerável nos últimos anos no
país) Cerca de 64.300 casos de sífilis adquirida foram registrados no
Brasil somente no primeiro semestre de 2021, segundo dados
atualizados do Ministério da Saúde. O número é 16 vezes maior do
que em todo o ano de 2010, quando 3.936 pessoas foram
diagnosticadas com a doença. De acordo com a ginecologista Dra.
Mariana Viza, é importante entender que o contato sexual
desprotegido não é a única forma de contágio por infecções
sexualmente transmissíveis (ISTs) e existem outras maneiras como
compartilhamento de seringas, agulhas e objetos de uso íntimo.
Entre os riscos para a saúde, a médica faz um alerta: é muito
importante ressaltar a prevenção ao HIV e a gravidez não
planejada.
A ginecologista orienta:
- Use preservativos (há distribuição gratuita em diversos locais das
cidades e inclusive nos postos de saúde e existem os masculinos e
femininos) durante as relações sexuais, inclusive durante o sexo
oral, para prevenir o contágio por ISTs e também evitar uma
gravidez indesejada;
- Evite compartilhar objetos pessoais como instrumentos de
manicure, pinças, aparelhos de depilação entre outros;
- Coma bem, evite alimentos ultra processados e beba muita água
durante o carnaval. Hidrate-se bem!
O cuidado com essas doenças é fundamental e a prevenção é a
melhor opção. Doenças como a sífilis e outras IST’s, podem ser
curadas com medicações disponíveis no sistema único de saúde. “O
diagnóstico pode ser rápido, bem como o tratamento, mas nos
casos de gravidez indesejada e HIV as situações são bem diferentes.
Sobre a PEP (profilaxia pós exposição) – A PEP é uma medida de
prevenção de urgência para ser utilizada em situação de risco à
infecção pelo HIV, existindo também profilaxia específica para o
vírus da hepatite B e para outras infecções sexualmente
transmissíveis (IST). Consiste no uso de medicamentos ou
imunobiológicos para reduzir o risco de adquirir essas infecções.
Deve ser utilizada após qualquer situação em que exista risco de
contágio, tais como:
· Violência sexual;
· Relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com seu
rompimento);
· Acidente ocupacional (com instrumentos perfuro cortantes ou
contato direto com material biológico).
Esses medicamentos são fornecidos pelo SUS gratuitamente.
Já para se evitar a gravidez indesejada além da camisinha a mulher
pode usar inclusive o DIU como pílula do dia seguinte.
Os DIUs de cobre ou o de hormônio podem ser utilizados como
contracepção de emergência e principalmente se forem inseridos no
útero até 5 dias após a ovulação. Muitas pessoas não sabem, mas
além da pílula do dia seguinte, o DIU também pode ser usado como
um contraceptivo em até 5 dias após a relação sexual. A
Ginecologista Mariana Viza afirma “a principal vantagem do DIU é
que ao contrário das pílulas do dia seguinte ele continua agindo para
as próximas relações também. ” A médica ainda ressalta “é o
mesmo DIU inserido no consultório em nossa rotina e essa não é
uma constatação minha e sim da Federação Brasileira de
Ginecologia e Obstetrícia e está descrita no Manual da Organização
Mundial de Saúde. ”
A contracepção de emergência permite às pessoas uma última
chance de evitar uma gravidez não desejada. Pode ser usada depois
de um outro método contraceptivo falhar, depois de sexo
desprotegido ou em um caso de agressão sexual. A maioria dos
métodos é menos eficaz do que outras formas de contraceptivos
moderno. É importante saber que as pílulas anticoncepcionais de
emergência podem funcionam para apenas aquela única relação
desprotegida. Há muita confusão quanto ao uso e quanto à eficácia
da contracepção de emergência. De acordo com a Ginecologia
Mariana Viza, “muitos profissionais de saúde não têm toda a
informação de que precisam, por esse motivo, faço questão de
promover ao longo do ano alguns Mutirões de Saúde para capacitar
profissionais de Unidades Básicas de Saúde do SUS para inserção do
DIU e também para levar informação de qualidade para um número
de pessoas cada vez maior. ” As pílulas contraceptivas de
emergência são mais conhecidas como “pílulas do dia seguinte”,
embora possam ser denominadas “pílulas o mais rápido possível”. A
eficácia do DIU do dia seguinte é de 99%.
Mais sobre a médica:
Nascida e criada em Ariquemes-RO, formada em medicina na UFPR
em Curitiba, residência médica em ginecologia pela UNICAMP em
Campinas.
Fundadora da Casa IRENE – Atendimento de maneira simples e
humanizado. A médica é uma grande defensora de mutirões para
implantes de DIU, de informações acessíveis para todas as mulheres
e para a quebra de barreiras e tabus.
Instagram: @mariana_viza | Podcast: Minha Regra POD | YouTube:
Mariana

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