COP27 chegando ao final – O que podemos esperar como resultado desta conferência

O QUE PODEMOS ESPERAR DA COP27?

Às vésperas da última COP, a de número 26, que aconteceu em Glasgow na União Européia, além de uma pandemia que dizimou milhões de pessoas, levando o mundo a um lockdown, presenciamos chuvas torrenciais, incêndios devastadores, calor e frio
extremos e secas prolongadas. Esses são alguns dos quadros climáticos que se intensificam cada vez mais e marcam presença nos noticiários em todo o mundo.
Como se isso não bastasse estamos a caminho do final da COP27, com um cenário adicional de uma guerra na Europa, a maior desde 1945.
Será que estamos vivendo o Apocalipse anunciado na Bíblia? Acredito que não! O aquecimento global é o único argumento possível. Os últimos cinco anos foram os mais quentes desde 1850 e, segundo estudos, nas próximas duas décadas devemos observar um acréscimo significativo na temperatura do planeta se nada for feito.
Em resposta a esse cenário climático mundial, acontece a COP27, na cidade de Sharm el-Sheikh no Egito, o evento iniciou-se no último dia 6 e terá duração de duas semanas. A Conferência deverá contar com a participação de 190 países e a presença
de aproximadamente 90 Chefes de Estado. COP é a sigla em inglês para Conference of the Parties (Conferência das Partes), organizada pela ONU – Organização das Nações Unidas – para tratar especificamente sobre as mudanças climáticas. A frequência da
conferência é anual, sendo a primeira edição realizada em 1995 em Berlim, na recém unificada Alemanha, desde então, o encontro se repete todos os anos.
Desde então somente no ano de 2020 a conferência não foi realizada, isso devido a pandemia do Covid-19. Se por um lado houve um atraso de um ano no calendário, por outro, os países tiveram mais tempo para se prepararem, o que é justificável, pois
apesar da urgência climática, as nações estavam imersas no combate a pandemia.
A conferência vem gerando interesse crescente por parte da população, isso pode ser constatado pelo relevante crescimento nas pesquisas em buscadores como o Google.
E não é para menos, afinal, não precisa ser um especialista para perceber os sinais de um mundo cansado que dá indícios claros de uma grave crise climática e que precisa de uma atenção urgente, um reset diríamos. Devemos fazer isso, antes que “ele” faça.
Contudo, antes de falamos da COP27, me sinto impulsionado há falar sobre outra conferência, a COP21, que aconteceu em 2015 na França, tendo como resultante o conhecido, pelo menos de ouvir falar, Acordo de Paris.
O documento é um marco na luta contra as mudanças climáticas e foi a primeira vez que todos os países concordaram em cooperar para conter o aquecimento global em 1,5°C até 2050 e se comprometeram em investir quantias expressivas em busca desse
objetivo. Os países assumiram a “lição de casa” de apresentar planos nacionais, definindo o quanto eles reduziriam as suas emissões de gases de efeito estufa (GEE).
Esse plano foi batizado de Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês).
O que já sabemos é que o compromisso assumido em 2015 não chegou perto da meta de 1,5°C de redução, muito pelo contrário, no ritmo que estamos vivendo, mesmo com o lockdown vivido durante a pandemia, que, naturalmente contribuiu para a
redução de emissões, não caminhamos para uma redução de 1,5°C, mas, na verdade, para um aumento de 3°C. Assim, se falar em manter o aquecimento, abaixo de 2°C.
Quando falo sobre esse assunto, percebo muitas vezes pessoas com o seguinte entendimento.
Proponho uma experiência, ligue o ar-condicionado do seu carro, regule em uma temperatura que se sinta confortável, espere 10 minutos para que esteja estabilizado, em seguida ajuste 2°C para mais ou para menos, certamente perceberá a relevância
desse apenas 2 °C. Durante a COP 27 embora tenha diversos temas que estão em pauta, os holofotes estão mais fortes sobre: Financiamento, mitigação, adaptação climática e perdas e danos. Financiamento: Sem novidades esse é o tema de maior
destaque das COPs.
Durante o Acordo de Paris, os países signatários se comprometeram com o aporte de US$ 100 bilhões por ano, iniciando-se a partir de 2020. Naturalmente desde 2019 otema ganhou mais relevância nas conferências devido a dois fatores, o primeiro é que
a meta de investimento não está sendo cumprida e o segundo, o retorno dos Estados Unidos ao acordo de Paris. Mitigação: Esforços para reduzir a concentração e emissão de gases de efeito estufas. Segundo afirmação da ONU, os planos atuais, não são
suficientes para evitar o aquecimento até 2030. Assim, há uma grande expectativa que os países, revisem seus planos de mitigação, principalmente os signatários do pacto de Glasgow (COP26) Adaptação: Um tema que particularmente em minha opinião é um contrassenso com o propósito das COPs. Ele aborda como se adaptar as mudanças climáticas, ou seja, assumindo que haverá um aumento da temperatura, como se adaptar a isso? Perdas e danos: Para alguns, os impactos sofridos com os aquecimentos, são significativos, por exemplo o arquipélago Tuvalu, pode simplesmente desaparecer, outros países perderão expressivas áreas, Software de simulações mostram que em casos extremos, muitas capitas, que geralmente estão na costa de seus países, sofreriam severos problemas. Assim esse termo “Perdas e danos” referência a situações que não podem ser mitigadas ou adaptadas utro ponto de muita atenção, certamente será a Guerra na Ucrânia que acarretou a redução do fornecimento do gás Rússia para parte da Europa Ocidental, forçando o uso de carvão um dos principais responsáveis por emissões de gases de Efeito estufa como fonte de energia.
Esse fato, deve resultar em uma aceleração na transição da matriz energética europeia objetivando as fontes renováveis e uma atenção
adicional para a Amazônia o que consecutivamente espera-se que o Brasil volte ao radar dos investimentos dos países signatários do acordo de Paris.
Certamente, veremos discursos muitos mais direcionados à prioridade de fazer com que as nações se comprometam a zerar suas emissões até 2050 com ações mais agressivas em curto prazo 2030 e, para isso, há um consenso claro: o clima no mundo só vai melhorar com o abandono pleno da utilização de carvão e petróleo como fontes de energias, que precisam ser substituídas por fontes de energia limpa. É claro que não estamos falando de uma tarefa simples, pois desde a chamada era das revoluções, praticamente construímos a nossa civilização debruçada sobre emissões, mas precisamos acreditar e lutar para que algo seja feito.
Marcelo Souza é CEO da Indústria Fox.

Sobre a Indústria Fox
Fundada em 2009, a Indústria Fox é pioneira em reciclagem com base na captação de gases no Brasil, foi a primeira fábrica de produção reversa de refrigeradores na América do Sul e se tornou referencia em gestão e solução de armazenagem,
manutenção, reforma e reparo de equipamentos. A empresa se posiciona com programas próprios de eficiência energética, além de processos de remanufatura de produtos. Com isso, é a única no Brasncia il a unir os três pilares de reciclagem, remanufatura e eficiência energética. Tudo isso alinhado com novas tecnologias e desenvolvimento de economia circular e indústria 4.0

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