Com programação extensa e gratuita, “12ª Mostra de Teatro da Rua Eliza Multilinguagens” começa nesta terça (15), em São José

Evento terá atividades em três linguagens da arte: cênica (teatro), audiovisual (filmes e curtas) e visual (artes plásticas e pintura de rua). Não perca!

O Teatro Marcelo Denny de São José dos Campos promove, a partir de terça-feira (15) até o dia 3 de novembro, a “12ª Mostra de Teatro da Rua Eliza Multilinguagens”, com uma ampla programação de atividades culturais em três diferentes linguagens: arte cênica, visual e audiovisual.

O projeto é financiado com recursos do Programa Ação Cultural (ProAC 40/2023), da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo.

O Teatro Marcelo Denny é mantido pela instituição sem fins lucrativos Teatro da Rua Eliza e fica na Rua Eliza Costa dos Santos, nº 154, no Jardim São Dimas, no centro de São José dos Campos).

A mostra

A partir do tema “Olhar sobre o Contemporâneo” a equipe curatorial, composta por especialistas em cada uma das linguagens, selecionou obras e artistas para construir uma programação rica e que atenda a todos os públicos.

A programação inclui apresentações teatrais, exposição de artes visuais, exibição de vídeos-arte e filmes de curta e longa-metragem, além de oficinas, palestras e mesa de debates.

Todas as atividades da programação são totalmente gratuitas e abertas ao público.

André Ravasco, que é um dos idealizadores e coordenador da mostra, conta que o espaço já promoveu, ao longo de sua trajetória, 11 Mostras de Teatro. Mas é a primeira vez que oferece ao público a programação nesse formato multilinguagens, com a arte em várias de suas formas.

“Recentemente, o Teatro Marcelo Denny conseguiu inaugurar sua sala de cinema, que era um sonho antigo. Foi o que nos possibilitou essa ampliação da programação para outras linguagens. Preparamos cada detalhe com muito carinho. Esperamos que o público aprove”, disse.

Documentário premiado abre programação

O primeiro dia da mostra, que acontece no dia 15 (terça-feira), às 19h, começa com a exibição do curta-metragem “Lady Red – Mulheres do Hop Hop”, seguido do premiado documentário Germino Pétalas no Asfalto (2022)

Dirigido por Coraci Ruiz e Julio Matos, o longa-metragem narra a jornada de Jack, um jovem que inicia seu processo de transição de gênero em meio a um Brasil tomado por uma onda de conservadorismo. O filme apresenta um retrato íntimo das mudanças na vida de Jack e seus amigos, enquanto formam redes de afeto e resistência em tempos de adversidade.

O filme é uma reflexão poderosa sobre gênero, identidade e solidariedade em tempos de repressão e coleciona prêmios importantes: foi escolhido como melhor documentário, no Festival Internacional de Cinema de La Paz, e melhor direção, no 8º Santos Film Fest.

Após a exibição, acontece o primeiro e importante espaço de debate com o público, através da mesa “Diálogos do Agora com o Futuro”, mediada por Guia, performer não-binárie e estudante de Cinema da Flafe Master Shot.

Confira a programação completa:

AUDIOVISUAL

15.10, às 19h

“Germino Pétalas no Asfalto” (79 min) – Classificação 14 anos

O adolescente Jack inicia sua transição de gênero sob a câmera da diretora, cujo filho também é um rapaz transexual. Ao longo dos anos, Jack aceita seu corpo e sua identidade enquanto luta por estabilidade financeira e reconhecimento legal dentro de um Brasil cada vez mais conservador.

“Lady Red- Mulheres do Hip Hop” (13 min) – Classificação Livre

Conheça Raisa Rocha de Freitas, ou a Lady Red, de São José dos Campos/SP. Grafiteira e membro da Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop, desde 2011. Trabalha com jovens e crianças da região debatendo sobre a Cultura Hip Hop, política e estimulando o pensamento crítico através da Arte com um olhar social e reflexivo.

17.10, às 14h30

“O Barco” (17 min) – INFANTO-JUVENIL – Classificação livre

João e Max são dois jovens estudantes, vítimas do bullying escolar que deixou um trauma que os uniu e os levou a cometer um terrível massacre na escola. Quem são os verdadeiros responsáveis pela tragédia quando vítimas se transformam em assassinos?

“Momentos & Momentos” (6 min) – VIDEO ARTE PERFORMANCE – Classificação livre

Renato de Paula e Monfredini Jr, dois bailarinos de São José dos Campos – interior de São Paulo -, se encontraram após uma longa trajetória na dança.

“Bordadeira do Boiar” (5 min) – VIDEO ARTE PERFORMANCE – Classificação livre

Videoclipe com a música Bordadeira do Boiar, de Silvia Nery, em homenagem à mestra da cultura popular Ana Maria Carvalho. Utiliza a linguagem do Teatro Lambe Lambe associada a imagens da própria mestra como expressão visual, inspirada nos versos da canção.

“Pó de Palha” (3 min) – INFANTO JUVENIL – Classificação livre

Maria tem um coração cheio de sonhos e cada passo que dá, transforma sua realidade, tornando-se a protagonista da sua própria história.

17.10, às 20h

“Capoeira na Roda da Vida” (3 min) – Classificação livre

Mestre Saudade e Carla Natureza unem suas trajetórias com o compromisso de difundir a capoeira no Brasil, Haïti e Congo. Prática importante da cultura afro-brasileira, a capoeira também se revela uma forte arma na proteção de comunidades e crianças em áreas de conflitos sociais, contra a violência.

“Quem me quer?” (15 min) – Classificação livre

O curta-metragem traz histórias dos amantes do Cinema São Luiz, um cinema de rua inaugurado em 1952, no centro de Recife.

“Viventes” (20 min) – Classificação 10 anos

Desempregado há um bom tempo, Paulinho tem uma entrevista de emprego amanhã. Porém, antes disso, ele precisa imprimir o seu currículo.

“Ainda restarão robôs nas ruas do interior profundo” (14 min) – Classificação 12 anos

Na periferia do interior profundo, Luquinha tenta recuperar sua égua enquanto convive com o crime e o barulho ensurdecedor de uma cidade conservadora.

18.10, às 20h

“Esperando” – Classificação 10 anos

O curta mostra animais em espaços de confinamento numa longa espera que confronta sua própria potência existencial. Se inspira no poema e performance de Faith Wilding em Womanhouse – instalação e espaço artístico feminista organizado por Judy Chicago e Miriam Schapiro em 1972 na Califórnia, Estados Unidos.

“A4” (8 min) – Classificação livre

Tudo começa no interior das coisas. Seres que escapam de uma narração e querem ser personagens. Um coração pulsa antes da vida racional e quanto racional é o coração da vida? Um tabuleiro de xadrez.

“Telas Janelas” (8 min) – Classificação livre

Em contraposição à ideia de violência, as imagens projetadas na janela são compostas por três momentos: O Grito; Mãos Dadas e A dança.

“Barba azul Decapitado” (4 min) – Classificação 14 anos

Mergulho no inconsciente selvagem feminino e reencontro com o conhecimento ancestral que sangra histórias jamais esquecidas.

“Bom dia, professor!” (25 min) – Classificação 10 anos

Para fazer um filme sobre o professor José Carlos Libâneo, seu neto procura na memória os lugares e as ideias que conectam o passado e o presente.

25.10, às 20h

“No caminho encontrei o vento” (70 min) – Classificação livre

Longe da família e vivendo solitariamente em um parque eólico, Pedro tem dificuldade de vender o imóvel que herdou do seu desconhecido pai. Ele nega três vezes o destino, mas a herança que recebera não é apenas material.

“Castelo de Vera” (15 min) – Classificação livre

Dona Vera, em busca de dias mais leves durante a pandemia, decide se mudar para um casebre ecossustentável, na Bahia. No entanto, adaptar-se a uma nova rotina se mostra mais difícil que o esperado. Mas, para superar esse período desafiador, ela pode contar com Marina, uma mãe solo e host do casebre, e seus dois filhos.

31.10, às 20h

“Teca e Tuti” (74 min) – Classificação livre

A traça Teca adora comer papel, mas quando aprende a ler, percebe que livros não podem ser comidos, afinal eles guardam as histórias que ela adora.

01.11, às 20h

“Filhos do Mangue” (80 min) – Classificação 14 anos

Selecionado para o 52º Festival de Cinema de Gramado, o filme é dirigido por Eliane Caffé e a trama vai contar sobre Pedro Chão (Felipe Camargo), que vive em um dos lugares mais exóticos e paradisíacos do litoral norte do Brasil. Um homem violento e desregrado que aparece ferido e sem memória em uma comunidade ribeirinha. Ele é acusado de roubo e condenado ao isolamento, onde busca um novo sentido para a sua vida.

“Pancada por pancada” (19 min) – Classificação 14 anos

Conta a história de um pugilista peso-médio em busca de ascensão no mundo do boxe. O principal conflito da trama começa quando os fantasmas relacionados à sua orientação sexual passam a afetá-lo dentro e fora do ringue.

TEATRO

19.10 (sábado), às 21h

“Ficção” (classificação 14 anos)

Cia Hiato/São Paulo-SP (indicado ao prêmio Shell 2012)

Thiago Amaral propõe a criação de uma ficção como pretexto para reatar laços com seu pai. Ao executar o projeto criativo de seu pai – “A extinção dos Coelhos Selvagens” – acompanhado dele em cena, Thiago expõe as motivações pessoais de uma criação artística, unindo de forma indissociável sua vida à sua obra.

20.10 (domingo), às 20h

“A Ira do Afeto” (classificação 16 anos)

Solo de Débora Veneziane (São José dos Campos)

No dia de seu julgamento imaginário, a palhaça Devora implora pela prisão como única forma de garantir sua segurança e a dos demais. Equilibrando-se no limite entre sua sensação interna e a realidade, a palhaça convida o júri/público a mergulhar na luz e nas trevas do afeto sob sua ótica. A urgência de Devora demanda do público veredictos sobre os limites da normalidade: o que mais deseja é extirpar de si qualquer resquício de loucura. Será que sobra alguma coisa depois? O espetáculo trata com humor sobre questões de saúde mental, padrões sociais e abusos psicológicos vividos em especial por mulheres. Quem define qual é a borda entre a loucura e a sanidade? E como uma palhaça pode dançar sobre esta borda?

26.10 (sábado), às 21h

“Ópera Febril” (classificação: 12 anos)

Cia do Trailler – Teatro em Movimento (São José dos Campos)

Ópera Febril mergulha na essência do trabalho, desde a sociedade fabril até os dias atuais, explorando suas nuances e desafios contemporâneos. A encenação nos transporta por dois momentos cruciais na evolução da exploração do trabalho para aqueles que não detém os meios de produção. Primeiramente, somos levados ao cerne da fábrica, uma instituição que simboliza condições de trabalho dúbias, com alta demanda de produtividade e poucas seguridades, além de um sistema opressivo. Em outro momento, questiona-se a ideia dissimuladamente libertária do “patrão de si mesmo”, onde a voz interna do trabalhador o persuade a se entregar totalmente ao trabalho, sacrificando seu bem mais precioso: o tempo. Ópera Febril é uma reflexão intensa sobre a natureza do trabalho e sua transformação ao longo do tempo, destacando os dilemas e as complexidades que permeiam nossa relação com o labor.

27.10 (domingo), às 10h no Parque Santos Dumont

“As Artes Malasartes, a viagem de Pedro Malasartes” (classificação Livre)

Teatro do Rinoceronte (São José dos Campos)

COM TRADUÇÃO SIMULTÂNEA EM LIBRAS

Pedro Malasartes resolve conhecer o outro lado da vida, já que ninguém volta para dizer como é, e parte numa viagem ao além. Chega numa encruzilhada onde Deus e Diabo decidem quem deve ir para o céu e quem deve ir para o inferno. Ao reconhecerem Pedro Malasartes, as entidades se desesperam e tentam empurrá-lo um ao para o outro, pois ninguém quer ficar com Pedro. Por fim, Deus e Diabo fazem um duelo de Calango onde o perdedor fica com Pedro Malasartes. Enquanto duelam, alguns dos contos mais conhecidos de Pedro Malasartes, presentes em várias regiões do país, são contados e cantados.

27.10 (domingo), às 20h

“Três Pratos de Trigo para Três Palhaces Tristes” (Classificação Livre)

Trupe Tópatu (São Carlos/SP)

A palhaça Tatah e os palhaços Astolfo e Orelhão revelam os bastidores do grande espetáculo da Trupe Tópatu. No camarim, longe dos holofotes, o que vemos são três tristes figuras que convivem com o cansaço, a exaustão e a possibilidade de felicidade cada vez mais distante. Até que certo dia um acontecimento inesperado pode alterar suas rotinas.

02.11 (sábado), às 21h

“Via Crucis” (classificação 18 anos)

Teatro da Pombagira – SP

O espetáculo solo revisita Paixão de Cristo, a Via Sacra e o carregar da cruz, de forma a questionar a solitude do amor, do homoerotismo, da família, do casamento e dos direitos LGBTQIAPN+. Uma reflexão sobre o luto das relações e os medos da solidão.

03.11 (domingo), às 10h, no Parque Santos Dumont

“Festa! Dom Quixote Sonhador, Sancho Governador” (Classificação Livre)

Circo Navegador (São Sebastião – SP)

COM TRADUÇÃO SIMULTÂNEA EM LIBRAS

O texto dramatúrgico é inspirado no clássico de Miguel de Cervantes, que trata da farsa que Duque e Duquesa orquestram para ser pregada à dupla, Dom Quixote e Sancho Pança, que é levada a acreditar que há um grande reconhecimento pelos seus serviços prestados à cavalaria andante.

03.11 (domingo), às 20h

“A Descoberta das Américas” – ator vencedor do prêmio Shell, de 2005 (Classificação: 14 anos)

Monólogo de Julio Adrião (Rio de Janeiro)

Monólogo que encerra a mostra passou por 26 estados brasileiros e oito países e já completou 19 anos em cartaz. Conta a história de um Zé ninguém de nome Johan Padan, rústico, esperto e carismático, que escapa da fogueira da inquisição, embarcando em Sevilha, numa das caravelas de Cristóvão Colombo. No Novo Mundo, nosso herói sobrevive a naufrágios, testemunha massacres, é preso, escravizado e quase devorado pelos canibais. Com o tempo, aprende a língua dos nativos, cativa-os e safa-se fazendo “milagres” com alguma técnica e uma boa dose de sorte. Venerado como filho do sol e da lua, a seu modo, catequiza os nativos e os guia numa batalha de libertação contra os espanhóis invasores.

ARTES VISUAIS

16.10, às 10h

Início de pintura gigante em um muro de 8mx5m (na rua Inconfidência, no Jardim São Dimas), com o artista Felipe Rezende (if!)

19.10, às 19h

Abertura da exposição de artes visuais, da artista Thaylla Barros.

OFICINAS

18.10, das 10h às 15h

“Vídeo arte como ferramenta do artista contemporâneo” (com Kit Menezes)

19.10, das 16h às 18h

“Corpo híbrido do ator” (com Fabiana Monsalú)

20.10, das 15h às 19h

“Corpo híbrido do ator” (com Fabiana Monsalú)

21.10, às 19h

“O ator na performatividade” (com Fabiana Monsalú)

25.10, das 14h às 18h

“Cinema instantâneo como alternativa para produções de baixo orçamento” (com Antônio Fargoni)

MESA DE DEBATE

24.10, às 19h

“Arte Pública” (com Ana Botelho, Oswaldo Almeida Junior, Ronier José e Bianca Siqueira Martins Domingos) / Mediação: Pitiu Bonfim

CURSOS

29.10, às 15h

“Iluminação Contemporânea” (com Renato Souza Jr)

29.10, às 19h

“Teatro e memória” (com Marcelo Soler)

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