Neste sábado (17), tem mais uma apresentação gratuita da peça “O Corpo da Mulher como Campo de Batalha”, em São José

Com texto sensível e de alta carga dramática, o espetáculo tem como tema central o estupro, utilizado nas guerras como tática de destruição do inimigo

A Cia da Entropia faz mais uma apresentação, neste sábado (17), em São José, da peça “O Corpo da Mulher Como Campo de Batalha”, do dramaturgo, poeta e jornalista romeno Matéi Visniec.

Um texto sensível, denso e dramático, que explora os limites entre o documental e a poesia ao discutir temas como o horror da guerra, a violência contra a mulher, o estupro e o aborto.

A apresentação, gratuita, acontece a partir das 21h, no CET (Centro de Estudos Teatrais), que fica na avenida Olivo Gomes, 100, em Santana. Não é preciso reservar ingressos antecipadamente.

A peça é financiada pelo Fundo Municipal de Cultura (edital 003/P/2023), da Fundação Cultural Cassiano Ricardo.

O espetáculo

Escrita em 1996, a peça é um retrato chocante da guerra da Bósnia e da crise humanitária que assolou o leste europeu, com enfoque específico para discussão sobre mulheres vítimas do mais repulsivo crime de guerra.

A trama gira em torno de duas mulheres que se encontram em um hospital da Otan, em 1994, na fase final da Guerra da Bósnia. As duas personagens levantam uma discussão sobre a violência contra a mulher, o estupro como arma de guerra, os movimentos extremistas, o aborto e a maternidade.

No palco, as atrizes Milena Siqueira e Simone Sobreda dão vida às personagens Dorra (paciente) e Kate (psicanalista).

Dorra é uma mulher que tem a guerra fincada em seu próprio corpo. Com a vida marcada pela violência e pelo trauma. Entre sentimentos dilacerantes e crises de raiva, ela tenta reconstruir sua história.

Kate é uma psicóloga freudiana americana, formada em Harvard, que deixou sua família para trabalhar na guerra da Bósnia, com as equipes de escavadores de valas comuns. Experiência que a colocou em contato com as piores atrocidades da guerra. Ela tenta curar Dorra e inicia o trabalho com um frio distanciamento científico. Porém, com o desenrolar da história, ela se aproxima da paciente e acaba também revelando seus traumas.

Dorra e Kate, dois mundos que se encontram, Oriente e Ocidente, duas mulheres abaladas pela história, ambas vítimas marcadas pela guerra. Mas, desse encontro nascerá um diálogo, uma amizade, uma cumplicidade para buscar uma saída para o pesadelo.

Um espetáculo impactante que certamente despertará a repulsa a todo o horror inominável que o tema traz à tona. E que deixa um questionamento: “Será possível se reconstruir após tantas violências?”

Para o diretor Fernando Rodrigues, conduzir um trabalho com tamanha carga dramática e que envolve temas tão sensíveis, foi um grande desafio. Afinal, a peça chega num momento em que aborto e estupro estão no foco de uma polêmica discussão na sociedade brasileira.

“Nesse texto o autor consegue traduzir, ao menos em parte, o pesadelo e o trauma de alguém que se vê obrigada a ter um filho de um estupro. Uma oportunidade para que o público sinta um pouco do que se passa pela cabeça da vítima de um crime tão brutal como esse. Mas, sem apontar saídas. É apenas um convite à reflexão. Esperamos que o público aprove”, disse.

Cia da Entropia

A Cia da Entropia nasceu oficialmente em 2018, em São José dos Campos, da união das experiências da atriz Simone Sobreda em produção e atuação, e de Elton Dietrich, em administração e gestão financeira.

Com atuação em São José dos Campos, tem trazido em seus espetáculos, desde a sua criação, temas que falam da mulher em situações limite: feminicídio, subserviência, performance de gênero, esgotamento físico maternidade, estupro, aborto entre outros.

“O Corpo da Mulher como Campo de Batalha”

DATA: 17.08 (sábado)

HORÁRIO: a partir das 21h

LOCAL: CET (Centro de Estudo Teatrais), que fica na avenida Olivo Gomes, 100, em Santana.

ENTRADA: gratuita

CLASSIFICAÇÃO: 14 anos

DURAÇÃO: 1 hora

INGRESSOS: não é preciso reservar antecipadamente

FICHA TÉCNICA

Matéi Visniec – Dramaturgia

Luiza Jatobá – Tradução

Fernando Rodrigues – Direção Geral

Milena Siqueira – Atriz

Simone Sobreda – Atriz

Wil S. Sousa – Direção de Artes (Cenógrafo e Figurinista)

B.R.Gabs – Criação de Luz e Operação de Luz e Som

Elton Dietrich – Produção Executiva e Gestão Financeira

Rafael Braga – Composição de Trilha Original

Rafael Chamusca – Criação da Identidade Visual

Jaziel Bueno- Criação de Minidoc (Vídeomaker)

Sara Elisiê – Tradução e Intérprete de Libras

Malu Freire – Fotografia

Maiara Tissi – Gestão de Mídias Sociais

Eliane Mendonça – Assessoria de Imprensa

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *