Conduzido pela diretora e coreógrafa Analu Ciscato, o método de dança contemporânea DanceAbility trabalha a improvisação de movimento para promover a exploração artística e criativa entre todas as pessoas
Dançarinos, professores, educadores e público em geral podem participar da oficina “Acessibilidade na Dança”, neste sábado (17), das 10h às 12h, no Teatro Ademir Rosa (CIC). Este é o segundo ano que o Prêmio Desterro – Festival de Dança de Florianópolis convida a coreógrafa e diretora da Cia. de Dança Lápis de Seda, Analu Ciscato, para compartilhar seu conhecimento e técnica em dança numa perspectiva inclusiva. Mas, é preciso avançar.
“É gratificante ver que o número de profissionais interessados no tema da inclusão de pessoas com deficiência (PCD) na dança está crescendo e que muitos já atuam nessa área. Essa troca de experiência, aproximação desses profissionais é fundamental para o fortalecimento da causa, a criação de rede de ajuda, aumento do conhecimento para criação de uma sociedade mais justa e menos excludente. Infelizmente a participação de trabalhos inclusivos ainda paira como algo menor, de menor qualidade e acima de tudo é visto como uma ação apenas social”, comenta Analu.
Fazer parte de um evento de dança deste porte, segundo a coreógrafa, é muito importante para transformar o olhar social para as pessoas com deficiência e diminuir o preconceito. “A inclusão é uma via de mão dupla: de um lado a pessoa com deficiência e todo o trabalho feito específico para ela. Do outro lado, a sociedade em geral reconhecendo não apenas suas deficiências, mas também suas eficiências. O fio condutor do nosso trabalho é a dança, os profissionais e estudantes podem ser os primeiros agentes da transformação desta realidade”.
Método de dança
Para a oficina “Acessibilidade em Dança”, Analu irá trabalhar com o método criado pelo norte-americano Alito Alessi, em 1987, chamado de DanceAbility. A improvisação de movimento proposta pela técnica abre possibilidade de exploração artística e criativa entre os participantes, independentemente do nível de habilidade.
“Alessi defendia que o problema é o isolamento, não a deficiência”. Neste sentido, o olhar se desconecta do foco da deficiência e direciona-se para o tema da acessibilidade, mostrando que todos podem dançar, sem isolar ninguém e que as condições físicas ou cognitivas das pessoas não são um problema”, argumenta.
A oficina é voltada a pessoas com e sem deficiência, para diferentes corpos e mentes. A aula é gratuita, das 10h às 12h. As inscrições são feitas no local, pessoalmente, no Teatro Ademir Rosa, no CIC.