SER HOMEM

Que tal a nossa conversa para dentro ter o tom azul do mês que inicia?

Ainda na infância, ouvia dizer que o homem devia ser forte.

Homem não chora.

Homem não vai ao banheiro com outro homem.

Homem não fica sensibilizado assistindo um filme.

Homem que é homem, traz o salário para casa.

A força do homem está no cabelo (como Sansão) e por isso não pode se depilar.

Homem tem que abrir a porta do carro, entrar primeiro no elevador e descer primeiro do ônibus.

Homem pode falar palavrão desde que não seja em casa.

Homem bom não fica em bar e não gasta seu dinheiro em vão na sinuca.

Futebol é coisa de homem e não se pode levar a esposa em estádios.

Homem tem que saber fazer os reparos na residência para não deixar que outros homens entrem na sua casa.

Homem direito cumprimenta a polícia ao encontrá-la na rua.

Homem não pode faltar na escola na juventude e nem no trabalho na vida adulta, normalmente iniciada por volta dos 13 anos.

Ler revista não é coisa de homem, assim como, apreciar moda também não é.

Homem não pode aceitar traição dos amigos e muito menos das mulheres.

Homem paga a conta e tem que levar a mulher em casa, deixa-la na porta e esperar entrar.

Homem honra o fio do bigode…

Viu? Se era difícil ser homem naquela época, imaginem agora.

A “libertação”, principalmente por vias de uma sexualidade desmedida, tornaram as pessoas meros objetos e de certa forma, afrouxou o homem.

A igualdade entre machos e fêmeas (de acordo com a nossa classificação primitiva) tirou do homem um instinto primordial de proteger.

Foi evidenciado um lado ruim, posseiro, da força bruta versus a insegurança primária que o faz tomar para si a qualquer custo, coisas e pessoas. Todos estamos preocupados em sermos tratados como máquinas em um caminho onde somos vistos como equipamentos; tipo: se entender como tecido, usar e ser usado como pano. Isso se justifica simbolicamente em virtude de um passado obscuro onde a sociedade posicionava a mulher como “fornecedora” e hoje, os homens não são mais os ditos “consumidores”. Este tipo de desvalor de outrora e de hoje, reflete negativamente para ambos, afinal, no silêncio da alma, o registro do vazio gerado amortece bons sentimentos.

Diariamente, famílias exigem que seus filhos sejam vistos com superioridade e, para a vida os formam despreparados emocionalmente, tanto para os tombos quanto para as rejeições naturais.

Homem que é homem nos dias atuais de acordo com a avaliação social, transita entre dois extremos: ou se comporta como um asselvajado inconsequente ou, sê educadíssimo, gera questionamentos intransigentes.

Inverteu seus valores de respeito e trouxe para a vida real, viver à céu aberto tudo o que era praticado e fantasiado dentro das paredes das casas de tolerância (que tem este nome exatamente por ser tolerado pelas mulheres de época que seus maridos curtissem um pouco, deixando-as em paz – era uma forma de não viver o desprazer de ser apenas instrumento para seus homens de pouco banho).

Violência sexual, estupros, desvalorização do outro, irresponsabilidade afetiva, soma na cartela de pegantes, virou quase que uma praxe necessária para parecer situado com o mundo moderno que insiste em fazer tais trocas.

Claro que as mulheres também as fazem e estão bem resolvidas com esta questão. Sendo consideradas modernas e progressistas, se esquecem de um item primordial de preservação e se expõem ao autoflagelo por mera decisão de entender equivocamente sobre igualdade. Comumente se deparam com os tais brutos e na maioria das vezes, não revelam seus deslizes inconsequentes. Isso retrata, além da qualidade da mulher na resiliência constante, uma facilidade maior de ludibriar as próprias emoções em nome de uma busca que não se sabe bem o que é… Incluindo-se no Coletivo.

É importante ressaltar que o tal do Coletivo abrange todos o perfis humanos existentes, sem exclusão, e que depende de pessoas que decidam fazer parte da imensurável lista de meros números.

Independente de gênero, sexualidade, religião, etc, saber quem é, de onde veio, como vive, o que come, como se reproduz, pode até parecer uma brincadeira parafraseada, mas, é na verdade um olhar atento, carinhoso e individual para as próprias questões, com posicionamento social de contribuição individual sadia e coerente. Faça a si estas perguntas!

Me parece medíocre pensar que em um processo de seleção para o trabalho, muitas vezes a mulher se depara com a dificuldade de ter agradado primeiramente como ser sexual e depois por competência. Quando a mulher não agrada muito como bela, espera-se que prove algo que a capacite.

O homem não aprendeu que um dos pontos da luta feminina é que todos sejam vistos pelo ser?

Ainda é esperado que a mulher prove sua capacidade para igualar seu salário?

O homem não consegue separar questões tão simples como: não é não?

Neste mesmo campo, em situação oposta, muitos homens vão encontrar mulheres no poder que pregam uma falsa sororidade e que sabem com maestria, deturpar acontecimentos somente para denigrir vingativamente a imagem do bom homem.

Neste duo de ser – homens e mulheres do bem, se tornam vítimas das mentes estrategistas para o mal que se limitam exclusivamente no seu auto posicionamento. Este comportamento de contra-ataque nunca atingirá as pessoas de mesma força e potência que tem como foco o desiquilíbrio da sociedade, e sim, enfraquecerá os mais empáticos e servidores que encontrar pelo caminho. O bem e o mal andam lado a lado em todas as esferas.

O mundo masculino está confuso, levado a pensar que as mulheres são iguais a ele. Claro que pela regulação de uma sociedade deficitária em comunicação, onde é precário esclarecer o que de fato é direito, dever, ideal ou necessário.

Isto talvez explique através da inabilidade de separar joio e trigo, a conduta de espancamento que visa tratar com o mesmo limite de força aplicada entre os homens, as relações com as mulheres. Isso nos gera repúdio.

A violência, que é o excesso de violação, vem sendo aplicada em todos os setores da formação humana.

Vamos refletir?

Facilmente nos deparamos com uma menininha de 4 ou 5 anos na areia da praia, de biquíni e, descendo até o chão em danças sensuais notoriamente enojáveis, com adultos inertes aplaudindo ao redor como se vissem uma mini pop star.

Para que saibam, famílias que expõem suas filhas à esta baixa cultura trazendo-as para o seu submundo medíocre, demonstram pais que desconhecem o respeito sobre o clã feminino e, mães que não reconhecem valor pessoal.

O mesmo se destina aos filhos que escutam o discurso das suas mães sobre: “prendam suas ovelhas que o meu lobo está solto”. Este reforço na mente masculina do poder sobre a mulher, fica cercado da obrigação de ser atendido.

O machismo em grande parte é criado dentro da casa pela figura feminina que não exemplifica a igualdade e o respeito, e que permite que as suas ações (até inconscientes) ligadas as atitudes da representação masculina da família, tragam o reforço para a sua formação de caráter duvidoso.

Mães com posicionamento social e familiar mais seguros de si, que sabem cobrar retornos favoráveis e ensinam com maior assertividade o seu papel cidadã, contribuem quantitativamente para a redução de violações futuras.

O que parece “bonitinho” quando executado por uma criança, de forma simultânea oferece mais um tijolo para a construção da honra que estará a mercê de uma sociedade impiedosa.

Adolescentes desvairados medem a força como os selvagens da pré-história, onde é necessário decidir o macho alfa muito tempo antes do que a vida o cobrará por isso. As jovens perderam o mesmo fio, se comportam em sua maioria numa independência gananciosa, grosseira e mal vestida.

Parece comum usar armas de fogo, parece costumeiro forçar uma garota a transar com meia dúzia de desapadrinhados; parece normal ver uma jovem se deleitando em meio ao pancadão e compartilhando com homens da mesma estirpe, o senso de figurar ter achado seus corpos no lixo… está normal termos perdido o bom senso e principalmente, amor próprio. E por falar em amor próprio, o coletivo maquia com ações pessoais este sentimento forjado e gerador de ódio através de idealismo barato sem fundamento.

Sobrecarregados pela mídia, sem limites de comunicação pelas redes, famílias ausentes, pais permissivos, escolas empresas – com alto faturamento e baixa disciplina, religiosidade hipócrita e preconceituosa, são elementos primordiais para destruir a auto estima.

Temos uma geração linda, musculosa, destemida, sexual, com acesso quase pleno e, forçada a malemolência… não se trabalha cedo mas se pode praticar calungagem por aí; não constrói bons preceitos e acha delicioso e excitante serem tratados por termos vulgares e xingamentos que denigrem as vibrações energéticas mais íntimas; as mentes movidas por tecnologia promovem a vadiagem até no momento de fazer uma simples conta de cabeça.

O Brasil, formado por uma parte da população muito preconceituosa e assim como muitos ao redor do mundo, se entregam à liberalidade por trilhos sáfaros, está construindo um futuro decadente e perigoso.

Nossas armas mudaram, a qualidade do lápis é pura estatística para “inglês ver”, hierarquia familiar é antiquado, a bola foi trocada por pinos de drogas, passamos a ter o dever de apreciar distúrbios porque a cura passa a ser uma imposição intransigente. O fato é que esquecemos que “Em Terra de Cego, Quem Tem Olho de Vidro, Continua Cego” e vivemos a era do extermínio: dos bons modos, do bom caráter, da conduta respeitosa, da lei do mais forte defender o mais fraco, da cumplicidade com a evolução ao invés das frágeis elevações súbitas.

As prisões oficiais estão lotadas e vivemos um cárcere privado contínuo pelo volume do mal que está à volta.

Estamos numa era onde um homem que agride gratuitamente uma senhora de mais de 80 anos, será enunciado pela sua sexualidade e vitimismo fingido, enquanto a sociedade se cala diante de tamanho descalabro e que, faria muito barulho do lado oposto se a mesma senhorinha tivesse ousado esbarrar sua bengala no algoz perverso.

Assim como todo presidiário deveria trabalhar muito e, sem que as suas famílias recebessem do governo prêmio pelo vivente que não cumpre a sua obrigação, tenho a quase certeza que o dia que a punição for trabalho diminuiremos a violência: clausura com penitência de trabalho pesado e extenuante.

As Leis são uma mostra de favorecimento ao fracasso, calabouço das almas que assistem com a mesma venda dos olhos da justiça o criminoso sair pela porta da frente sorrindo para as câmeras, enquanto se chora sobre o corpo da jovem mãe de filhos pequenos.

Ser homem na atualidade requer uma aptidão genuína provinda de um entendimento intangível.

Como não se propor a despertar seus instintos de força?

Qual a forma de se preservar como um ser desejado sem estar na mesma prateleira do “qualquer um”?

Devemos entender sobre prevenção gestacional para não criar vínculos indesejados e, não antecipar formação de falsas famílias?

É importante ser dono do próprio nariz e frear os embaraços formados para atender expectativas divergentes das pessoais.

Se deve propor ao desafio diário, manter crianças conectadas ao acesso cultural de qualidade. Jamais uma criança erudita se debruçará ao escárnio juvenil para atender o modismo ignóbil, vulgar ou rasteiro.

Revisão das crenças pessoais é uma constante necessária, inclusive para o despertar da hierarquia que deve ser um grande alvo nesta era geradora de zumbis emocionais.

Aprender a dar e receber o bem com proporções igualitárias, trará valor aos que fazem parte da nossa cinesfera espacial e trairemos menos os outros e principalmente, a nós.

É preciso anular em nossas relações os maldosos, incorrigíveis, desejosos da vadiagem e amantes da vida boa sem ônus, pois se o direito humano fosse efetivo e eficiente, não estaríamos enterrando pais, filhos, animais, inocentes e pessoas de bem.

Querer ser um grande homem precisa estar nos objetivos dos nossos jovens, espelhados em pais responsáveis afetivamente e mães mais simbólicas; mulheres envolvidas no crime, vertidas a uma vida irresponsável, mostram que a sua igualdade também deve ser revista e com mais cautela.

Não estamos aqui para medir forças, não podemos desrespeitar as diferenças, precisamos rapidamente – sincronizar, compartilhar e cooperar.

Neste novembro azul, vá além da próstata… Seja homem e se coloque acima de qualquer ideologia militante, proponha-se a ser antes de tudo – cidadão e Luz.

 

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