Desafios e Oportunidades da Aviação Regional e Comercial no Brasil: Um Panorama dos Últimos 12 Meses

2025 deve ser mais um ano desafiador e de oportunidades para a Aviação Regional. Aliás, o assunto está no radar do INVOZ- Integrando Vozes para o Futuro, associação sem fins lucrativos, fundada pelo criador da EMBRAER, Ozires Silva.

O INVOZ atua em 3 pilares: Empreendedorismo e Inovação, Educação e Cultura Aeronáutica. O pilar da cultura aeronáutica possui diversos projetos de manutenção e desenvolvimento do setor no país, e os associados participam de encontros internacionais e nacionais discutindo o assunto. José Eduardo Costas, é responsável pela diretoria da Aviação Regional do INVOZ e aponta um panorama para esse setor com relação aos últimos 12 meses.

Em São José dos Campos, onde fica a sede do INVOZ, o aeroporto local é um bom exemplo de resiliência e de boas perspectivas para a aviação regional e comercial.

No geral, embora existam iniciativas para fortalecer a conectividade aérea e impulsionar o setor, diversos entraves ainda limitam o crescimento sustentável. Seguem os pontos positivos e negativos desse período, com foco na aviação comercial e regional.

Avanços e Oportunidades

Privatizações de Aeroportos
A continuidade do processo de concessão de aeroportos pela Infraero tem permitido que a estatal direcione esforços para aeroportos menores, o que pode viabilizar investimentos específicos para a aviação regional. A gestão privada tem potencial para melhorar infraestrutura, serviços e atratividade para novas rotas regionais.
Iniciativas Governamentais e Incentivos
Alguns estados têm implementado políticas de incentivo, como redução do ICMS sobre o combustível de aviação, com vistas a atrair novas operações e estimular a conectividade aérea regional. Essas medidas podem contribuir para a retomada de mercados antes desassistidos.
Expansão da Infraestrutura Regional
Projetos de modernização de aeroportos regionais estão em andamento, ampliando a capacidade operacional e de segurança, o que pode facilitar a ampliação da malha aérea e a chegada de novos operadores.
Desafios e Entraves

Redução da Conectividade Aérea
Na década de 1970, mais de 350 cidades eram atendidas por voos regulares no Brasil. Atualmente, esse número se reduz a aproximadamente 140, refletindo um encolhimento da malha aérea e a concentração dos serviços em grandes centros urbanos.
Consolidação das Companhias Aéreas
A tendência de consolidação das empresas do setor, ao invés do surgimento de novos operadores, restringe a competição e limita a diversificação de ofertas. Isso reduz a concorrência e pode impactar negativamente a acessibilidade de novas rotas.
Crise Fiscal e Impacto nos Investimentos
O elevado déficit fiscal, somado ao aumento de juros e à inflação, tem reduzido a capacidade de investimentos do governo em infraestrutura aeroportuária. Além disso, perdões de dívidas tributárias bilionárias para companhias aéreas reduzem ainda mais os recursos disponíveis para políticas de estímulo à aviação regional.
Perspectivas para o Futuro

O desenvolvimento da aviação regional no Brasil depende de uma abordagem estratégica e sustentável. A combinação de investimentos privados, incentivos estaduais e inovação no setor pode reverter o declínio da conectividade aérea e criar novas oportunidades para regiões desatendidas. No entanto, é essencial que as políticas públicas sejam equilibradas para garantir a viabilidade econômica das operações sem comprometer a concorrência e a eficiência do mercado.

Nos próximos meses, será fundamental acompanhar o impacto das privatizações, a evolução das políticas estaduais e o comportamento do setor diante dos desafios econômicos. A aviação regional tem potencial para impulsionar o desenvolvimento do Brasil, mas precisa de um ambiente regulatório e econômico favorável para crescer de forma sustentável.

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