Carminho, cantora portuguesa se apresenta em Florianópolis

     Carminho fala ainda sobre a expectativa de conhecer Florianópolis e seu primeiro show para  o público catarinense.
    
A cantora e compositora Carminho  vem ao Brasil e se apresenta pela primeira vez em Florianópolis. A artista vai apresentar “Portuguesa”,  seu atual trabalho, com novas canções e os  fados de sucesso de todos os tempos. Os ingressos estão à venda no www.diskingressos.com.br e o show  será no dia  25 de  setembro, no Teatro  Teatro Ademir Rosa (CIC), às 21 horas.
Na entrevista abaixo, concedida  à  Orth Produções, produtora do show,  Carminho  descreve a força do fado atual,  o alcance de gerações, a concepção  do show ” Portuguesa”  e a  grande expectativa de finalmente encontrar
o público e conhecer Florianópolis.
   ENTREVISTA
Pergunta – Carminho,  desde  a história construída  por sua mãe, Teresa Siqueira, e  a construção da sua própria  carreira,  como  você  analisa  a  constância do fado  durante tanto tempo,  que transformações a mais popular forma de música portuguesa teve e qual a é  presença  do fado hoje no mundo?

Carminho –  A popularidade do fado sempre teve os seus ciclos. E se é verdade que muito pouca gente na minha geração (quando eu era jovem) tinha interesse por este género musical, por esta linguagem, a verdade é que tenho assistido, nos
últimos 15 anos, a um ressurgimento transversal do Fado com uma força incrível, sobretudo devido a alguns dos
seus intérpretes – que puseram tanta energia e contemporaneidade que cativaram novas gerações. E isso tem-se sentido não só em Portugal mas em todo o Mundo. E a verdade é que o Fado é uma música internacional, porque representa os sentimentos de um lugar e de um povo.

OP –    Você já esteve no Brasil,  estando ao lado de artistas que representam o Brasil no mundo, como Milton Nascimento, Caetano Veloso, Chico Buarque, Ney Matogrosso, Nana Caymmi, Maria Bethânia, Marisa Monte e  Arnaldo Antunes, entre outros mais. Que significado tem para a sua carreira  estes artistas  e como foi trabalhar
com eles?

Carminho –  Ainda hoje me é difícil falar dessas parcerias sem me emocionar e sentir profundamente agradecida. Sobretudo
porque aprendi muito com todos eles: a generosidade de se entregarem a um artista mais novo, de outra geração e
cultura, e a forma tão brilhante e cativante que cada um deles tem de fazer a sua arte, tendo a capacidade de se
reinventar constantemente. Esses duetos proporcionaram também, para mim, uma porta enorme para o público
brasileiro, que chegou à minha música e se tem mantido fiel, profundamente generoso, com uma curiosidade
permanente com os meus novos passos.
 

OP-   Outro momento  relevante das suas parcerias brasileiras  foi o trabalho Carminho canta Tom Jobim. Qual a relação que você faz entre o  Fado e a Bossa Nova ?

Carminho –  A verdade é que esse disco me tirou completamente da minha zona de conforto e fez-me aprender muito não só
sobre mim, como cantora, mas sobre a história da música no mundo. A Bossa Nova é uma ruptura, uma disrupção com a música do seu tempo. E o Fado é a capacidade de permanência na tradição. Mas ambas necessitam de se reinventar constantemente. Não fazendo uma relação directa entre os géneros, esse trabalho permitiu-me ser quem sou, interpretando essas canções segundos os ensinamentos que o Fado me trouxe, mas aprendendo a sair do lugar onde estou e olhar mais longe.

 

OP – Portuguesa  é o show que  você traz a Florianópolis em setembro, show que já passou pela Europa, EUA e Canadá. Pode contar um pouco sobre como foi concebida a Portuguesa e o sucesso da Tour?

Carminho – O disco “Portuguesa” é uma reflexão que tenho vindo a fazer sobre a prática do Fado. Um pouco como o oleiro que repete o seu gesto diariamente, na busca de um vaso perfeito. Ele nunca sai perfeito, mas sai sempre diferente.
Dediquei-me ao estudo da construção do repertório de um fadista, fazendo diferentes conjugações dos vários
elementos tradicionais, e sobretudo dedicando-me à composição de novos fados tradicionais. A tradição está em
constante evolução e sinto que o Fado é uma língua viva que me permite ser sempre quem sou.

OP –  É a primeira vez que você vem a Florianópolis. A cidade tem suas raízes nas origens açorianas, por consequência portuguesas e no fado. O que você sabe sobre Florianópolis e qual sua expectativa para esse encontro com público daqui?

Carminho –  Nunca estive em Florianópolis. E também por isso estou muito feliz e entusiasmada! Sei que é um lugar muito
especial, com gente boa, praias paradisíacas, lagoas e outras paisagens espectaculares, entre muitas outras coisas! Posso dizer que estou muito curiosa para conhecer a ilha e convido todos a estarem presentes no concerto para uma estreia que vai ser certamente maravilhosa.
 
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