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Data, 29.10.2023 – Considerado o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens, só ficando atrás do câncer de pele, o câncer de próstata exige atenção para um possível diagnóstico precoce. A chegada do mês de novembro e campanhas como o Novembro Azul, despertam a atenção para medidas preventivas e estimulam a busca por exames capazes de identificar doenças relacionadas à próstata.
No Brasil, são mais de 60 mil casos por ano, que correspondem a 16 mil mortes anuais, de acordo com dados do biênio 2019-2020 do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Em novembro de 2022, o mesmo instituto projetava para o triênio 2023 – 2025 um total de 74 mil novos casos, em todas as regiões brasileiras.
O médico urologista e membro da Associação Brusquense de Medicina (ABM), Giovanni Favretto, salienta que idade acima dos 55 anos, o histórico familiar, a obesidade e as características étnicas também são considerados fatores de risco para o câncer de próstata. Casos prévios de câncer de próstata na família, exemplifica, representam 50% mais chantes de desenvolvimento da doença. Quanto à etnicidade, homens negros costumam ter uma propensão maior de ter um diagnóstico positivo para a doença.
Segundo ele, a realização de exames de rotina é essencial para identificar a doença em seus estágios iniciais, pois 80% dos pacientes com câncer de próstata não apresentam sintomas que possam ajudar na identificação. Ainda segundo o médico, são realizados alguns exames para diagnosticar o câncer, porém o resultado final só é confirmado após uma biópsia prostática.
“É uma doença silenciosa. Daí a importância de procurar ajuda médica antes mesmo do surgimento dos sintomas. O paciente pode apresentar diversos sintomas em decorrência de um crescimento da próstata, como dificuldade, ardência ou precisa ir muitas vezes ao banheiro para urinar, além da presença de sangue na urina. Isso não é sinônimo de câncer de próstata, mas sintomas que podem estar ligados a outras doenças”, indica o urologista.
Indolor e rápido
A próstata é uma glândula sexual masculina, pesa aproximadamente 20g, fica logo abaixo da bexiga e, por dentro dela, passa o canal da urina. Desta maneira, além do líquido prostático, importante para a fertilidade masculina, ela também auxilia na continência urinária do homem.
Segundo o urologista, para o diagnóstico é feita uma conversa com o paciente, pesquisa sobre os sintomas relacionados ao hábito urinário do paciente, se apresenta algum sintoma urinário ou histórico familiar e é realizado o exame do toque retal, que é o exame digital da próstata, no próprio consultório. “O exame é indolor, rápido e, com esse exame, conseguimos constatar como está a textura da próstata, se está aumentada, se há algum nódulo ou algo suspeito e, no final da consulta, o paciente vai sair com um pedido de exame, o antígeno prostático específico (PSA)”, detalha.
As modalidades de tratamento são diversas e individualizadas, segundo o médico. De acordo com ele, existe uma série de opções terapêuticas que vão desde uma cirurgia radical, radioterapia, bloqueio hormonal e até quimioterapia. Contudo, mesmo com todas essas possibilidades de tratamento, Favretto também salienta a influência de fatores culturais no número de casos e óbitos relacionados ao câncer de próstata. “Infelizmente, no Brasil, acabamos tendo muito preconceito com a ida ao urologista. Então, muitos pacientes acabam procurando um médico em estágios mais avançados da doença, o que impossibilita, muitas vezes, a adoção de terapias curativas em boa parte destes pacientes”, reforça.