É PRECISO EVITAR A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E AUMENTAR O ACESSO AS INFORMAÇÕES SOBRE MÉTODOS CONTRACEPTIVOS PARA ESTE PÚBLICO.

Contracepção na adolescência pode evitar mortalidade materna e os riscos de outras doenças

Não é uma escolha tão simples quanto pode parecer a de se encontrar um contraceptivo para adolescentes. A tarefa, um tanto quanto complicada para esses jovens, pode parecer ainda mais complexa para algumas meninas na adolescência com pouco ou nenhum conhecimento correto sobre as formas de contracepção adequadas para faixa etária e em especial de acordo com a saúde ginecológica nesta fase da vida ainda cheia de dúvidas. O reflexo triste são as elevadas taxas de gravidez na adolescência observadas nos últimos anos.
O Ministério da Saúde lançou na última sexta-feira (9) a segunda edição de uma cartilha com orientações aos profissionais da saúde sobre “prevenção, avaliação e conduta nos casos de abortamento”. No texto, entre outras questões, o órgão questiona a validade de evidências científicas que demonstram haver risco de morte para a mãe durante a gestação na adolescência. O documento defende, sem citar referências, que tais estudos apresentam “algumas contradições e inconsistências sobre essa quantificação de risco de mortalidade”, e que a idade não deve ser utilizada como “fator único de indicação para interrupção de gestações por risco de morte
materna”,
No Brasil, segundo informações disponibilizadas pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), 1 a cada 5 mulheres será mãe antes de finalizar a adolescência. A médica ginecologista Dra. Mariana Viza, acredita que neste cenário o importante é tornar o diálogo com o público adolescente cada vez mais próximo e deixar com que ele tenha a informação correta inclusive sobre os métodos contraceptivos.
Não existe gestação sem risco. Mas sabe-se que todos os riscos aumentam quando a mãe tem menos de 20 anos: é maior a possibilidade de aborto espontâneo, de anemia, de pressão alta, de parto prematuro e de morte, por exemplo, tanto para a gestante
quanto para o feto. No Brasil, a interrupção de uma gravidez é permitida em casos de estupro.
Segundo Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), a decisão deve levar em conta:
> Facilidade de acesso e preferência a certo método anticoncepcional;

 

Menor custo;
> Baixa dosagem;
> Tempo de atuação;
> Possibilidade de reversão.
Em consulta com uma ginecologista ou outro profissional de saúde, esses critérios devem ser levados em consideração para decidir o melhor método anticoncepcional.
Geralmente, as pílulas anticoncepcionais são os métodos mais utilizados, em especial pela faixa etária juvenil. Isso porque elas são de fácil acesso, baixo custo e podem ser adquiridas gratuitamente pelo SUS.
Segundo a ginecologista Dra. Mariana Viza, os adolescentes também podem usar DIU.
“Sim, tanto o de cobre quanto o hormonal. Nenhum método é indicado ou não levando em conta apenas a questão da idade da pessoa, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Dessa forma, mulheres jovens ou mais velhas podem usar qualquer método desde que eles se encaixem com a escolha e com a saúde de cada pessoa que vai utilizar. ” E ainda, por ser um método de longa duração, esses dispositivos acabam sendo mais seguros e eficazes.
Mais sobre a médica:
Nascida e criada em Ariquemes-RO, formada em medicina na UFPR em Curitiba, residência médica em ginecologia pela UNICAMP em Campinas.
Fundadora da Casa IRENE – Atendimento de maneira simples e humanizado. A médica é uma grande defensora de mutirões para implantes de DIU, de informações acessíveis para todas as mulheres e para a quebra de barreiras e tabus.
Instagram: @mariana_viza | Podcast: Minha Regra POD | YouTube: Mariana Viza

 

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